terça-feira, 24 de junho de 2008

Informática e poder: uma leitura de Foucault

Estamos em uma era onde a cada momento surgem inúmeras especializações e infinitas informações. A capacidade humana está distante de poder abarcar todo o saber elaborado. O homem formado com a expectativa de encontrar cada vez mais certezas e estabilidades, se vê entremeado pelo caos e pela insegurança de uma vida fragmentada.

Hoje a sociedade solicita um homem que saiba trafegar não só pelos meandros de uma área específica, mas que também não se inibe com a incerteza e velocidade das transformações da técnica. O mundo contemporâneo tornou-se totalmente globalizado e altamente tecnificado, fazendo surgir uma competição quase selvagem entre as nações que demanda cada vez mais apenas pessoas qualificadas, tanto culturalmente como em escolaridade formal. As habilidades exigidas são cada vez mais sofisticadas pois a evolução do modo de produção despreza o trabalho desqualificado e repetitivo, substituído eficientemente pela automatização e robotização.

Devido a estas dificuldades, a educação é mais do que nunca um dos pilares para a construção de qualquer sociedade que pretenda ser desenvolvida.

Pesquisadores que investigam o uso de computadores na educação alegam que a informática possui uma ação positiva para o desenvolvimento da capacidade cognitiva e provoca um rompimento da relação vertical entre alunos e professor da sala de aula tradicional, fazendo do aprendizado uma experiência mais cooperativa. As radicais transformações da informática nos anos noventa reforçaram ainda mais a adoção dessa tecnologia nos meios educacionais.

Marcelo Araújo Franco
Mestre em Educação, Unicamp - 1996
Analista de Suporte - Gerencia de Desenvolvimento Tecnológico, CCUEC
marcelo@ccuec.unicamp.br

Fonte: http://www.ccuec.unicamp.br/revista/infotec/educacao/educacao.html

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Beatriz!
Essa abordagem foucaltiniana da Era Digital é muito bem feita. Gosto também de pensar essa era como a Era das Incertezas, que derrota as grandes narrativas impostas ora pela escolástica, ora pelo pensamento cartesiano.
Tudo me faz lembrar Cazuza em seu Blues da piedade:

"Agora eu vou cantar pros miseráveis
Que vagam pelo mundo, derrotados
Dessas sementes mal plantadas
Que já nascem com caras de abortadas
Pras pessoas de alma bem pequena
Remoendo pequenos problemas
Querendo sempre aquilo
Que não têm
Pra quem vê a luz
Mas não ilumina suas mini-certezas
Vive contando dinheiro
E não muda quando é lua cheia
Pra quem não sabe amar, fica esperando
Alguém que caiba no seu sonho
Como varizes que vão aumentando
Como insetos em volta da lâmpada
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem.
Quero cantar só para as pessoas fracas
Que tão no mundo e perderam a viagem
Quero cantar os blues
Com o pastor e o bumbo na praça.
Vamos pedir piedade
Pois há um incêndio sob a chuva rala
Somos iguais em desgraça
Vamos cantar o blues da piedade"

Não é a síntese disso tudo?
Um grande abraço.

Carlos Augusto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Augusto disse...

Olá, Beatriz!
Com o progresso da tecnologia e com as inúmeras especializações e infinitas informações que surgem a cada momento, têm obrigado as pessoas se qualificarem cada vez mais, pois o trabalho repetitivo e desqualificado está sendo substituído eficientemente pela automatização e robotização.
A educação é a base fundamental para o progresso de uma nação,para isso é necessário, na atual conjuntura, uma adequação do uso dos computadores aos novos métodos pedagógicos.

Um forte abraço.